2 de maio de 2018 - Por Financas Femininas
A leitora Jéssica Barreto escreveu para a Carol Sandler contando sua história de como saiu do vermelho e ainda conseguiu juntar R$ 10 mil em dois anos. Confira o depoimento e inspire-se para se livrar das dívidas e juntar dinheiro:
É com grande prazer que vou contar um pouco sobre os benefícios que tive ao ficar alguns meses sem compras, focando na economia do dia a dia e como as coisas ocorreram.
Aos 24 anos eu me encontrava na seguinte situação: estava com o nome sujo, morando na casa de minha mãe (mas querendo minha independência financeira), querendo fazer uma especialização, um carro, uma casa, querendo o mundo, mas não tinha nada no bolso. Por mais que quisesse crescer, eu não me movia, talvez aguardasse algum milagre, mas sinceramente eu não me esforçava. Muita coisa envolvia dinheiro e, por mais que eu trabalhasse, parecia que o dinheiro voava. Na minha família não havia a cultura de guardar dinheiro e sempre pensei que fosse porque o dinheiro era muito curto.
As coisas começaram a mudar depois que recebi uma boa proposta de emprego. Continuava morando casa de minha mãe e nada havia mudado. Ajudava nas despesas da casa e gastava o resto com jantares, lazer, etc. Eu não entendia como o dinheiro voava daquele jeito.
Um dia decidi ter meu próprio lugar, e fui morar com meu namorado, e aí iniciei uma nova fase financeira.
Nos primeiros três meses longe da casa da minha mãe não sobrava dinheiro algum. Em um final de mês percebi que a feira estava no fim, fui ver se tínhamos algo na conta corrente e estava zerada. Fui verificar o saldo do cartão, estava estourado. Decidimos não recorrer a ninguém, arcaríamos com as consequências sozinhos. Fizemos uma reunião para saber quais ações tomar, visando evitar que o mesmo tipo de situação acontecesse novamente.
Morávamos em um condomínio de suítes, cujo valor incluía água, luz, gás na cozinha coletiva, condomínio e lavagem de roupas de cama e banho toda semana. Na cidade onde moro os alugueis são caros, mas sempre tem exceções. Outro benefício da mudança é que dava para ir ao trabalho a pé, ou seja, eu não gastava com passagens. O que seria provisório por no máximo três meses, afinal era apenas um quarto pequeno, estendemos por quase dois anos. Foi desconfortável, mas muito cômodo.
Decidimos usar cartão de crédito em último caso, apenas em urgências. O resto seria à vista.
Essa parte foi difícil. Você quer mudar, quer comprar roupas novas, joias, sapatos e aparecem aquelas liquidações, quem é mulher sabe que é difícil. Mas estávamos determinados a economizar. O prazo era de quatro a seis meses, então seriam meses usando as mesmas roupas que já haviam no armário, economizando maquiagem, tudo. Gente, eu sei que é difícil, você mescla as roupas e pensa que nada mudou. Você quer inovar, mas não pode. As roupas, sapatos e bolsas tornaram-se uma farda/uniforme para você e a vontade de jogar tudo para o ar e comprar novas é muito grande. Mas eu tinha um objetivo, e sempre que queria escorregar olhava para a poupança e via que ainda não tinha atingido o objetivo, e com isso eu desistia da compra.
Outra coisa que faz seu dinheiro voar sem sentir é o salão de beleza. Aqui no meu estado, fazer as unhas custa em torno de R$ 20,00 – R$ 25,00. Eu decidi com esse dinheiro comprar meu kit para fazer as unhas em casa e apenas algumas vezes ir ao salão.
Tendo ciência que jantar fora ou passeios todo fim de semana custam caro, decidimos fazer nosso jantar em casa e baixar filmes para assistir, isso contribuiu bastante na economia.
Pela primeira vez em meses de casada o dinheiro sobrou. A alegria foi grande e veio a pergunta: o que fazer com esse dinheiro?
Decidimos pagar todas as dívidas pendentes que eu tinha e limpar meu nome. Afinal, vida nova exigia o financeiro organizado. Durou cerca de um ano (2013).
Em paralelo à limpeza meu nome, decidimos investir em educação. Entramos em um site que oferecem bolsas de 50%, nos cadastramos e conseguimos a bolsa. O valor ficou bem em conta e desta forma conseguimos juntar um dinheirinho na poupança. No inicio de 2014, faltando pouco mais de um semestre para finalizar o curso, verifiquei o quanto tínhamos na conta (economizamos o valor do 13º) e lancei a proposta de antecipar todas as parcelas, pois queria evitar dívidas de longo prazo – que foi aceito de imediato – zerei a conta, mas não tinha nenhuma pendência financeira.
Após passar um ano pagando as dívidas e com as mensalidades da minha especialização, seria o momento de juntar o dinheiro na poupança e não mexer mais.
Nem tudo foram flores e a adaptação não foi tão fácil. Com o dinheiro no banco, já tive vontade (diversas vezes) de dar entrada em um carro, de dar entrada em um apartamento no meu estado, de viajar mais vezes, de comprar besteiras, de comer fora diversas vezes… Mas sempre tentava manter o foco.
Há também um preconceito e brincadeiras que você pode receber nesse período. Alguns parentes me chamavam de mão-de-vaca, ou diziam que eu devia aproveitar mais a vida, mudar de local, já que eu morava em um quarto, entre outros… É necessário foco, os resultados você percebe rapidamente.
Com a economia, vários resultados positivos vieram à tona, e foram visíveis. Consegui limpar meu nome; fazer minha especialização (meu marido também); viajar 02 a 03 vezes por ano (pelo meu estado ou estados vizinhos no estilo mochilão); juntar R$ 10.000,00 no banco e cuidar da saúde sem acumular dívidas.
Antes que pensem que ganhamos muito, a renda líquida inicial de ambos devia dar em torno de R$ 3.500,00 – que hoje aumentou por vários motivos, entre eles, os aumentos sindicais.
Foi fácil?
Não, a adaptação é difícil.
Valeu a pena?
Valeu cada stress, cada lágrima, cada recusa, cada crítica. Hoje eu tenho orgulho do que consegui construir.
Um beijo para todas.
Fotos: Fotolia
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