21 de janeiro de 2017 - Por Priscila Lambach
Não há a menor dúvida de que somos sujeitos plurais. Não somos exatamente a mesma pessoa na fila do supermercado, com a mãe, com o marido, com a cunhada etc. Assumimos diferentes papéis em um único dia e o que nos resta é viver em constante adaptação.
Algumas pessoas consideram muito difícil controlar os nervos, a ansiedade e até a fala. Outras preferem deixar tudo para si, na tentativa de evitar um conflito.
Tão ruim como explodir é implodir. Em tempos de crise financeira no País, cada vez mais pessoas estão estressadas e de difícil convivência. A baixa qualidade de vida, a correria, a falta de reconhecimento, uma série de fatores contribuem para instalar o caos na vida cotidiana.
Porém, é preciso (realmente necessário) cuidar de si. Pode parecer bobagem para várias pessoas, mas cada vez mais tenho entendido o poder de uma boa respiração. De fato, quando tudo parece ter saído de controle, respirar ajuda muito. Manter o foco na inalação e exalação faz verdadeiros milagres.
Quando perguntei a uma série de pessoas o que faziam para se acalmar, tive respostas objetivas como: meditação, vou tomar um café, dou uma volta na rua, compro um sapato. Outras dão respostas subjetivas como: procuro ver o lado bom das coisas, aprendo a lição e similares.
Acredito que não há receita de bolo, e cada um encontra sua forma de lidar com os problemas.
Pais estressados contribuem para a formação de filhos estressados. Manter a calma em tempos difíceis é um desafio, mas é com a cabeça fria que pensamos melhor.
Ser pai e mãe em tempos de crise pode fazer maravilhas para a educação dos pequenos. É a oportunidade de ensinar a cuidar dos objetos, fazer pequenos reparos e não jogar fora, realizar trocas com os vizinhos – um verdadeiro rodízio de brinquedos, comprar aquilo que é necessário, não só o desejável, frequentar bazares, feiras, lavar os alimentos ao invés de comprar aqueles em caixinhas, andar à pé e usar o transporte público, conhecer o poder de uma carona, buscar programas gratuitos na cidade, construir objetos e brincadeiras com o que tem em casa, cozinhar, enfim, aproveitar mais dos elementos que estão à sua volta.
Quando era criança, houve um tempo em que a cidade ficava sem luz para que se pudesse economizar energia. Até hoje sou muito cautelosa com o que deixo ligado, tiro tudo da tomada e quando o sol está disponível, é ele que ilumina a minha casa e o meu trabalho. À medida em que vamos desenvolvendo essas habilidades, nos tornamos mais criativas, inteligentes e colaboradores do meio ambiente.
Precisamos falar mais do uso dos materiais, ensinar os pequenos a fazerem bom uso deles, para que esse mundo não se torne um grande depósito de coisas que não queremos mais.
Quando ensinamos essa ideia, multiplicamos seres conscientes com o planeta e com a própria vida. Pois automaticamente podemos fazer a transposição para valores como: as pessoas não são descartáveis, porém são recicláveis; não podemos poluir as nossas relações, pois nem sempre isso é reversível; e é preciso cuidar do que se tem, não só porque pode te fazer falta amanhã, mas porque é importante hoje.
*Priscila Lambach é administradora de empresas e pedagoga. Fala sobre desenvolvimento humano e formação pessoal feitos com poucos recursos, de forma criativa e eficiente – desfazendo a ideia de que para educar bem é preciso investir muito dinheiro.
Émail: contato@priscilalambach.com
Fotos: Shutterstock
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