12 de setembro de 2017 - Por Mariana Ribeiro
Você já deve ter ouvido falar que algo mudou na forma de calcular a rentabilidade da poupança. Essa alteração ocorreu após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na semana passada, de levar a taxa básica de juros da economia, a Selic, a 8,25% ao ano. Neste texto você entende como funciona o novo cálculo e como ele afeta o seu bolso. Confira.
Desde 2012, o cálculo da poupança segue uma regra que muda sempre que a Selic atinge 8,5% ao ano. Assim, existem dois cenários possíveis:
Como a queda da Selic reduz diretamente a rentabilidade de diversos investimentos em renda fixa, essa regra foi criada para evitar que a poupança passasse a render mais do que outros ativos – inclusive os títulos públicos – e dificultasse a captação de recursos por parte do governo.
Quando chegou a 8,25% ao ano na semana passada, portanto, a taxa básica de juros ativou o gatilho que altera a rentabilidade da poupança, e essa passou a valer menos: 5,77% ao ano + TR. Mesmo com o retorno menor, entretanto, isso não significa que a investidora deva abandonar completamente a poupança – não sem antes fazer as contas. E há dois principais motivos para isso.
Primeiramente, é preciso considerar que a caderneta continua com ganhos superiores à inflação – já que o IPCA medido em agosto para 12 meses ficou em 2,46% – e, por isso, ainda vale para formação de reservas de emergência. Além disso, diversos investimentos em renda fixa são impactados pela queda da Selic – o que significa que também estão com resultados menos atrativos. Assim, o único jeito de saber qual aplicação está realmente valendo mais a pena é fazendo as devidas comparações.
Simulações feitas pela Anefac, por exemplo, mostram que a poupança continua mais vantajosa do que os fundos de investimento em diversos cenários, principalmente quando a taxa de administração ultrapassa 1%. A poupança hoje só perde para os fundos independentemente do prazo quando a taxa for inferior a 0,5% ao ano.
Mas claro: isso não significa que você não possa fazer negócios muito mais interessantes do que a poupança com outros produtos conservadores, como Tesouro Direto, CDBs, LCIs e fundos DI. No Tesouro Selic, por exemplo, já é possível ultrapassar a rentabilidade da caderneta com investimentos superiores a 1 ano. Da mesma forma, é possível encontrar LCIs com rendimento próximo a 90% do CDI.
O mais importante nessa escolha é entender qual será o desempenho de cada produto, considerando os seus objetivos, a rentabilidade oferecida, prazo de resgate, taxas cobradas e tributação. Só a partir dessa análise você poderá tomar a melhor decisão para o seu bolso.
Fotos: Shutterstock
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