23 de maio de 2018 - Por Ana Paula de Araujo
Criar uma reserva financeira significa ter como se virar em caso de emergência, como quando um cano estoura ou a geladeira quebra. No entanto, recorrer à poupança tem sido cada vez mais comum, mesmo sem um caso claro de urgência, de acordo com o Indicador de Reserva Financeira apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O levantamento revelou que quatro em cada dez poupadores (41%) recorreram às suas reservas financeiras para lidar com imprevistos no mês de março. Enquanto 12% das pessoas ouvidas sacaram esse dinheiro para lidar com alguma situação emergencial, 9% reconhecem terem utilizado parte da grana guardada porque os rendimentos que possuíam não foram suficientes para cobrir as despesas – e aqui mora o perigo. Há, ainda, aqueles que sacaram para adquirir algum bem (9%).
“A grande vantagem de ser um poupador é poder contar com uma reserva para situações inesperadas. Isso traz mais segurança e previsibilidade no dia a dia do consumidor, que não precisará recorrer a empréstimos para superar um momento de dificuldade financeira”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
De acordo com o Indicador, lidar com imprevistos é o principal motivo dos consumidores para guardar dinheiro, com 51% das menções. Enquanto isso, quase um terço (32%) guarda dinheiro para garantir um futuro melhor à família, 27% querem estar preparados caso haja situação de desemprego e 19% o fazem para realizar alguma viagem.
Poupar parte do salário foi um desafio para os entrevistados: 73% dos brasileiros não puderam guardar dinheiro em março. Apesar de alto, o percentual é melhor do que o observado em março do ano passado, quando estava em 76%. Entre os 20% que conseguiram investir algo, a quantia média foi de R$ 491,06.
Razões para isso não faltam, de acordo com os próprios entrevistados: a baixa renda é o principal motivo mencionado, com 44% de citações. Não é à toa que a taxa de poupadores das classes C, D e E seja ainda mais baixa do que a média total, sendo de apenas 15% dos entrevistados – contra 37% dos brasileiros de mais alta renda.
Entre as demais justificativas citadas estão os imprevistos (19%), não possuírem renda no momento (14%) e o descontrole financeiro (9%). Além disso, 60% dos consumidores assumem não ter o hábito de poupar.
Apesar e além dos motivos citados, talvez haja uma falha na estratégia usada para formar a reserva financeira. De acordo com o levantamento, apenas 32% possuem o hábito de guardar dinheiro, sendo que 22% poupam apenas o que sobra do orçamento, enquanto 10% estipulam um valor fixo a ser poupado.
“A melhor dica que posso dar é que guardar dinheiro deve ser a prioridade, ou seja, não adianta esperar sobrar no fim do mês porque nunca irá sobrar. O valor poupado por mês deve ser algo fixo no orçamento. Caiu o salário, já transfira o valor para a conta poupança ou para a corretora, caso já tenha começado a investir”, ensina Leandro Trajano, especialista em planejamento financeiro.
A caderneta de poupança é o principal destino das reservas financeiras, com 63% das menções pelos entrevistados. Há, ainda, os 25% que guardam dinheiro em casa e 21% que optam pela conta corrente – alternativas nada atraentes, pouco seguras e que não geram rendimento a partir de juros.
Nos três casos acima, os poupadores afirmam terem feito essas escolhas porque preferem ter o dinheiro à disposição em um lugar fácil de retirar (29%), além da falta de conhecimento para fazer outros tipos de investimentos (28%).
Aplicações mais rentáveis ainda são pouco conhecidas dos consumidores: são poucos os que citaram fundos de investimento (11%), previdência privada (7%), Tesouro Direto (4%), CDBs (4%) LCIs e LCAs (2%) e Dólar (2%).
“Procure ler bastante, entender a diferença entre investimento direto num banco grande (e apenas nele) e conhecer outras opções, como corretoras. Pesquise sobre os investimentos que te interessam, que te despertam a curiosidade e siga firme”, finaliza Trajano.
Fotos: Fotolia
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