14 de abril de 2018 - Por Gabriella Bertoni
Empreender é o sonho de muitas mulheres, mas não é tarefa fácil. Conseguir montar uma empresa requer inúmeros conhecimentos, como gestão financeira, recursos humanos, produção e até base jurídica. Construir um bom networking e buscar por investimentos são passos que também entram na lista de uma empreendedora. Difícil conseguir fazer tudo isso sozinha, concorda?
Para te ajudar nesse processo, a W55, primeiro ecossistema gratuito voltado para a capacitação, aceleração e financiamento de empresas fundadas e lideradas por mulheres no Brasil, lançou um programa de aceleração para startups. Serão selecionadas seis empresas que, até novembro, terão acesso facilitado a capital, cursos de capacitação e networking com investidores. As inscrições vão até 22 de abril pelo formulário disponível no site.
O objetivo é oferecer mentorias individuais e coletivas com especialistas de mercado, além de abordar desafios pessoais de cada empreendedora. As ganhadoras também terão acesso à assessoria jurídica e a espaços de coworking em São Paulo.
Para Fernanda de Lima, CEO da Gradual Investimentos e cofundadora da W55, passar por vários momentos em sua carreira a fez enxergar a importância de investir em novas propostas lideradas por mulheres. “Ao longo do tempo, nesse trabalho que fazemos de apoio e consultoria, percebemos alguns gaps importantes que a orientação ajuda, mas também percebemos um problema na gestão financeira muito grande. Nosso objetivo é ajudar nessa e em outras questões relevantes para as empresas.”
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres representam 43% da força de trabalho. Porém, apenas 37% dos cargos de gerência no Brasil são liderados por elas. Segundo relatório do Sebrae e do Global Entrepreneurship Monitor, as mulheres representam 51,5% dos empreendedores com negócios iniciantes de até 3,5 anos de existência.
O levantamento Quem São Elas, da Rede Mulher Empreendedora, revelou que as mulheres embarcam no universo do empreendedorismo após a maternidade, com 75% delas empreendendo após o nascimento dos filhos. Cerca de 80% delas possuem ensino superior completo, 61% são casadas e 44% são chefes de família.
“Como economista, sei que cada real que a mulher tem, ela consegue multiplicar mais do que o homem. Com mais mulheres empreendendo, naturalmente a economia dos países irá crescer. Ir para o empreendedorismo depois da maternidade acaba se tornando mais acolhedor do que o mercado de trabalho. Economicamente é bem consciente, e do ponto de vista da sociedade, a mulher tem um olhar diferente, ela é uma líder que delega, empodera, traz união, capacita a empresa”, comenta Fernanda.
Frequentemente vemos relatos de mulheres que sofreram algum tipo de assédio em transportes, sejam públicos ou por aplicativos. Foi depois de passar por uma experiência negativa em um táxi que Gabryella Corrêa decidiu investir em uma ideia promissora: o aplicativo Lady Driver, um serviço de motoristas mulheres para passageiras mulheres.
“Percebi que não só as passageiras têm medo, mas as motoristas também se sentem mais seguras ao dirigirem para mulheres. Quando tive essa ideia, comecei a estudar o mundo das startups para entender o que eu deveria fazer. Li livros, assisti vídeos e li várias reportagens sobre empreendedores de sucesso e, assim, decidi criar um protótipo. Com o sucesso, investi no aplicativo final e, após um ano de desenvolvimento, entrei no mercado com quase duas mil motoristas em São Paulo”, conta.
Além de trazer mais segurança para as mulheres, um dos objetivos da startup é mostrar que elas também podem ganhar dinheiro dirigindo. “E elas fazem isso muito bem. Tem motoristas que chegam a ganhar R$ 10 mil. Estamos proporcionando uma independência financeira para essas mulheres, para poderem fazer o que quiserem, algo muito importante para a mulher”, complementa.
Depois de um ano de funcionamento, o aplicativo já conta com 15 mil motoristas em São Paulo capital, Guarulhos e Rio de Janeiro, além de cerca de 250 mil downloads. “São números de muito sucesso. Eu acreditei, segui adiante e deu certo. A mulher precisa confiar que ela pode se envolver no ramo de tecnologia. Minha dica é estudar muito antes e saber que não é um bicho de sete cabeças. Vá em feiras, entre em grupos de mulheres que também estão envolvidas, conheça pessoas que podem te ajudar. E tenha atitude para tirar a ideia do papel. Se eu consegui, elas também conseguem”, conclui Gabryella.
Programa de aceleração de startups W55
Inscrições: de 22 de março a 22 de abril de 2018.
Clique aqui para fazer sua inscrição
Fotos: Fotolia
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